Niccolo Macchiavelli
Brisa do dia: Será que O Príncipe foi escrito para mostrar pra sociedade italiana como os príncipes agiam?
Ler o príncipe daria a possibilidade do povo pensar: Se é assim que um bom príncipe deve se comportar devemos, custe o que custar, evitar ser governados por um...
Maquiavel é o consultor político do governante de uma cidade que era central politica e economicamente no mundo naquele momento.
O Príncipe não foi escrito, ele foi o resultado de uma série de elucubrações que Maquiavel fez e foram anotadas pelos mais próximos assessores e foi publicado só depois que ele morreu.
Ou seja, não foi ele que escolheu o idioma que seria publicado.
Ou seja, não foi ele que escolheu o idioma que seria publicado.
Maquiavel escreveu de fato outros livros. Para a posteridade o que ficou foi o que ele nem leu.
Ou seja, ele fazia questão de deixar outras coisas para a posteridade e o que fez sucesso foi o que ele não se preocupou em deixar por escrito.
Ou seja, ele fazia questão de deixar outras coisas para a posteridade e o que fez sucesso foi o que ele não se preocupou em deixar por escrito.
O homem é desejante, o político é homem e deseja o poder político. O resto é o jeito que ele vai alcançar para conquistar o poder político.
Nossa democracia é apenas escolher se o réu vai ter coroa verde ou amarela, seja lá quem for só vai visar o poder. Por de trás dessa consulta há um restrição violenta. Sarney é um exemplo, o fato é que ele se mantem no poder, impávido e colosso. Pode consultar o que você quiser do povo, ele decidiu que vai ficar no poder.
Quando o governante tiver que tomar uma medida amarga à maioria (para se manter no poder) ele deve despejá-las todas de uma vez, no entanto, como ele tiver coisas boas para oferecer ele tem que oferecê-las em conta-gotas.
Você não vai ficar cinco vezes mais triste por receber cinco notícias ruins, depois de uma certa hora ele nem sente mais. Agora, como nós queremos que o povo fique contente, vamos distribuindo benesses em conta gotas, porque nossa alegria não vai multiplicar por cinco se dermos tudo de uma vez.
É preferível exercer o poder com
o aplauso popular. O governante deve buscar ao
máximo a aprovação popular, se não for possível é preciso conseguir o poder de
qualquer jeito.
Apoio popular ao qual
Maquiavel se referia vai ser rebatizado
e vai passara se chamar legitimidade da qual Max Weber dizia.
Quais as consequências disso no
plano moral?
Para o pensamento GREGO a boa
conduta supõe uma adequação/harmonia com a ordem do universo. O homem é parte
do universo e deve se encaixar nele.
Na MODERNIDADE, o homem vai
descobrindo que esse fundamento cósmico não se sustenta. Quando foram
descobrindo mais sobre o universo, viram que ele é caótico, não há então onde
se ajustar. Sobra para o homem, então, o Deus cristão.
Quando o Deus cristão passa a ser
questionado, o HOMEM MAQUIAVELIANO se da conta que ele não consegue amarrar o
seu jegue nem no universo e nem em Deus. Esse é o momento em que Maquiavel se
encontra. Um momento de incertezas.
O homem deixa de usar como referência
o cosmos e Deus e passa a usar com referência ele mesmo.
Passa a encontrar no próprio
homem para definir a vida que vale a pena. A moral só pode ser deduzida da
própria natureza humana.
A vida será boa quando alcançamos
o que queremos.
A vida do homem político será boa quando ele detiver o poder.
O que devo fazer para viver bem? Adequar-se
ao cosmos? Não pecar? Não. A resposta é: conseguir o que você mesmo quer.
Tudo que fizermos que permitir
alcançar o que desejamos, será bom, o que impedir, será ruim, chamamos isso de pragmatismo
moral.
Pilares fundamentais dessa
maneira de pensar: quando você pensa como Maquiavel o critério para saber se a
vida for boa é o depois. A moral de Maquiavel é consequencialista, só vou saber
se eu agi bem se os efeitos da minha conduta forem os pretendidos no momento
da conduta.
Na hora de agir eu jamais saberei completamente se estou agindo bem
ou não, só saberei depois. O que permite um juízo definitivo sobre a minha
decisão é o efeito da minha decisão.
Na hora de agir a única coisa que
temos é uma estimativa do efeito, de antecipação, de previsão. O juízo
definitivo somente depois que o efeito se materializar.
O bom efeito é o efeito desejado
por quem age.
Maquiavel nunca disse que os fins
justificam os meios, ele não era um finalista.
O que isso quer dizer? Finalidade
é aquilo que queremos que aconteça. Se o que você quer ou não é nobre não tem
problema, o que importa é conseguir o que quer.
Maquiavel disse que os efeitos
justificam os meios, e não os fins. O fim é o que você quer que aconteça e o
efeito é o que realmente acontece.
Então, só justifica/vale a pena se der certo, se você queria que desse certo e não deu, era sua finalidade mas não foi o efeito, não se justifica.
Para Maquiavel uma coisa boa
seria que a finalidade fosse igual ao efeito.
Eu só poderei saber se agi
adequadamente no final da história, no momento em que eu consegui o que
desejava ou não.
A perspectiva maquiaveliana é que
o critério de uma ação, se foi boa ou não, tem a ver o que você pretendia e se você
conseguiu ou não o que pretendia.
Para Kant o que realmente
acontece não tem a menor importância, o que importa é o que você pretendia, ou seja, a sua finalidade.
Em uma empresa só isso importa,
mas não é o que você deseja, e sim o que a empresa deseja que é o lucro. A empresa
fará de uma maneira que o desejo da empresa passe a ser o seu.
Exemplo: greve de Paris x Greve de São Paulo. Em São Paulo na greve dos professores, o governador mandou dar porrada e a população aplaudiu porque o trânsito voltou andar, já em Paris quando os alunos fizeram greve porque um ministro queria transformar as universidades públicas em privadas, um outro ministro mandou darem porrada nos alunos, a sociedade se mobilizou e os dois ministros caíram.
A consequência então é diferente para cada um deles, é relativo, o que vai dar certo para um não dará para o outro.
Para Maquiavel, sabemos se isso foi bom apenas vendo o resultado.
Outro ponto importante para ressaltar no pensamento de Maquiavel é que precisa saber o momento em que você vai parar de analisar para saber se deu ou não certo.
Exemplo de Madri: O governante de Madri teve milhares de propostas super bacanas para melhorar a cidade, isso colheu frutos muito bons, mas como reação al qaeda fez um ataque na estação de trem de Madri, esse político se afundou. Se fosse analisar em um tempo menor você chegaria à conclusão de que foi bom, mas se você analisar um todo você verá que não foi bom.
Por isso que se estipulam metas, com prazos, em empresas.
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