Odisséia - Homero
Na Odisseia de Homero muitas são as epopéias (poema extenso que narra as ações, os feitos memoráveis de um herói histórico ou lendário que representa uma coletividade; poema épico, poema heroico), destacamos a de Ulisses.
Guerra de Troia
Teria sido uma guerra da cidade de Tróia, no atual território da Turquia, contra várias cidades-estados da Grécia, em algum período entre os anos de 1 500 e 1 200 a.C. “Teria” porque a história desse conflito, narrada em vários poemas épicos da Antiguidade, mistura poucos fatos reais com muitas doses de mitologia grega. Até meados do século 19, acreditava-se que tudo não passava de ficção. Em 1871, porém, foram encontrados os restos superpostos de nove cidades numa colina na Turquia. Uma dessas cidades soterradas apresentava evidências de ter sido uma comunidade fortificada, destruída por volta de 1250 a.C. Apesar de ainda não haver um consenso entre os especialistas, alguns consideram essas ruínas como a prova de que Tróia existiu mesmo e a guerra também.
Um casal ia casar no Olimpo, então era um casal com prestígio, Zeus organizou a festa ele mesmo.
Zeus na hora de organizar a festa esqueceu de convidar Éris, a deusa da discórdia. Castraram urano, que é o céu que cobria gaia (terra). O pinto de urano voou longe, o pinto saiu voando, foi parrar no mar. Do encontro do sangue do pinto dele com a Terra nasceram as deusas da vingança da castração de urano, uma delas é a Éris.
Do encontro do esperma com a espuma do mar saiu Afrodite.
Do mesmo pinto costuma sair isso, gente revoltada e amorosa.
Éris, mesmo não convidada, foi assim mesmo na festa e colocou em cima da mesa uma maça de ouro, "o pomo da discórdia", nela estava escrito: para a mais bela. A mulherada passou a disputar a maça, três ficaram na final: A mulher de Zeus (Juno em latim Era em grego), a filha de Zeus ( Atena em grego Minerva em latim) e a Afrodite, a Deusa do amor. Zeus, o patriarca, falou: Não tenho nada a ver com isso! Cada uma ofereceu o que tinha, Afrodite ganhou: ofereceu conquistar qualquer mulher que ele quiser, a maça é dela.
Esse menino que escolheu era Paris, filho do rei de Troia. Ele escolheu Helena. Helena era casada com Menelau, ele era rei de Esparta. Esparta eram aqueles caras que guerreavam bem.
Helena largou o Menelau sumariamente e foi atrás do Paris até Troia. Menelau clamou por vingança.
Ulisses entra na história no caos: discórdia de Éris, Guerra de Troia, Chacina, Troianos ganhando a guerra e dando um pau nos gregos, até que Ulisses foi chamado. Ele estava lá de boa com a mulher dele Penélope e o filho. Chegaram lá e pediram ajuda pra ele, ele não quer ir. Ulisses controla Itaca sem oposição. Ele vai e só volta vinte anos depois, dez anos de guerra e dez anos pra voltar pra casa. Ele é que inventa o cavalo de Tróia e por conta dele os gregos massacram os troianos.
A Odisseia é a volta do Ulisses pra casa, é a volta da ordem, da vida fora do lugar pra vida no lugar. É a distância que separa Ulisses de Tróia à Itaca.
Os gregos entendem que o universo é ordenado e tem uma razão de ser. Todos os mortais participam dessa ordem, o vento venta. A Maré, o porco, a girafa, não bagunçam a ordem universal, porque vivem como devem viver. O homem é que bagunça, porque ele tem escolha, ele pode viver em harmonia ou desarmonia com o todo.
Quando Aristóteles diz que tudo tem o seu lugar natural ele está atualizando filosoficamente a mitologia, é o lugar do vento ventar. Uma vida boa é uma vida em harmonia com o todo. Para saber qual é o seu lugar Sócrates deu o caminho, ele disse: conhece-te a ti mesmo, ou seja, perceba qual é a sua praia, tua vocação, teu talento.
O lugar natural de Ulisses é Itaca, mas depois que ele ganha a guerra ele vai voltar pra Itaca. Ele furou o olho do Ciclope de Poseidon. Todas as dificuldades que ele teve para voltar pra casa foi devido ao esquecimento, para condená-lo a uma vida ruim fizeram ele esquecer, ele dormia, não conseguia, tudo foi feito para que ele não encontrassem o lugar natural que ele sabia em qual era.
Viver mal: não sabe qual é o seu lugar natural x sabendo o seu lugar natural o mundo se coloca como obstáculo pra você viver nesse lugar.
Quantos Poseidon temos hoje pra alcançar nossa Itaca em?
Obstáculos que Poseidon colocou são cheios de significados: Ilha de Calipso. Na Odisseia quando Ulisses (Odisseu) naufragou na costa de sua ilha. Calipso deu abrigo a ele em sua morada e por ele apaixonou-se. Enquanto tecia e fiava a Ninfa tentada de todas as formas seduzi-lo, chegando inclusive a oferecer-lhe a imortalidade, com a condição de que não mais saísse da ilha e ficasse com ela para sempre. Ulisses não parava de chorar.
Ou seja: Não tem nada que seja bom em si, porque tudo é bom para alguém.
Concurso público para ele era como a Ilha de Calipso, parece maravilhoso, mas não era para ele.
Penelope - Joan Manuel Serrat: https://www.youtube.com/watch?v=KLLXSejOmsc
Ulisses não aceita ficar, é preferível uma vida mortal no lugar que ele escolheu, na Itaca dele. Ele acha um horror morrer, mas ele prefere do que ficar lá.
O sábio é aquele que aceita a sua finitude, aceita a harmonia do universo, ele percebeu que a luta contra finitude é uma blasfêmia contra a ordem cósmica.
Justamente porque vamos morrer é absolutamente imperativo buscar a vida que vale a pena ser vivida.
Passado e futuro são delírios de quem não vive bem. Você só vai viver o presente quando estiver em Itaca.
A vida no lugar certo é um fragmento de eternidade (grego) átomo de eternidade (Nietzsche).
Viva de tal maneira a desejar a eternidade daquele instante.
Esperar tudo acabar (trabalho, aula, motel) é esperar a vida acabar. O que torce pra não acabar é a contramão do trânsito, tudo vai acabar mesmo. Mas, aquele que viveu aquele instante torcendo pra que não acabe viveu muito melhor.
O sábio é aquele que aceita a morte, não por achá-la boa, por sabê-la ruim quer distancia dela, luta contra correnteza, resiste. A felicidade é o atracamento, é a resistência, é a luta pra que a vida dure mais um pouco.
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