Platão + Aristóteles...

Descubro uma nova forma de levar a vida a cada filosofo que eu começo a decifrar...



Platão x Aristóteles, Racionalismo X Empirismo
A ideia de Platão é intocável como as religiões, não pode ser demonstrada de forma empírica, não há como observá-la no mundo e transformá-la em ciência.  Não faz muito sentido pra mim essa história de enxergar além das sombras e acessar o ideal que já foi conhecido pela alma no plano das ideias.
Nós temos tantos outros meios de evoluir sem precisar sair desse plano. Observar o outro, nos autoconhecer, utilizar a nossa mente para observar o nosso redor e escolher o que queremos pra nós.
A filosofia de Platão precisa de um divino para fazer sentido na minha cabeça.
A mistura dessas duas filosofias com certeza pode me transformar.
Vejo as pessoas ao meu redor, observo o comportamento delas, trago pra mim o que eu acho bacana. Me aproximo no dia-a-dia de pessoas que me acrescentam. Faço experiências para descobrir a melhor forma de evoluir.
Já, a teoria de Platão  Entro em contato com o meu divino para conhecer a minha essência

Será que Platão é a base do pensamento espírita?
Ao reler a filosofia de Platão tive a sensação de que tudo aquilo combinava em muitos aspectos com o espiritismo. Essa ideia de que a nossa alma já esteve no plano das razões e lá conheceu o ideal muito se assemelha a ideia trazia pelo espiritismo de que nossa alma está na terra de passagem e ao desencarnar voltaremos um local de paz, como uma colônia, onde é mais fácil compreender o porquê da nossa existência e o que temos para evoluir.
Ai eu me pergunto... Por que a teoria de Platão não me agradou cem porcento e o espiritismo me completa tanto? O que me faz ser espírita e ao mesmo tempo mais próxima de Aristóteles?
Na verdade, eu acredito firmemente na estrutura que cerca a teoria de Platão, que tudo tem a ver com o espiritismo. Contudo, não acho que adquirimos conhecimento nesse plano tentando acessar as recordações da alma.
Se é para falar de aprendizado, humano, na terra: observamos, praticamos, evoluímos, empirismo puro. E, além disso, buscamos contato com o nosso divino para buscar orientação, nos conhecer.


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Até Sócrates os filósofos queriam buscar o princípio, o fundamento de todas as coisas. Cada um encontrava esse princípio em algum elemento da natureza, para Tales de Mileto o elemento era a água, para Anaxímenes o elemento era o ar e para Heráclito o elemento era o fogo.
                Com o movimento sofista passa a haver um grande desenvolvimento na vida urbana, inclusive na área do direito, e Sócrates está neste contexto histórico. Por um lado, um grande desenvolvimento, por outro, uma crise.
                Até Sócrates, os filósofos apenas voltavam seus olhos ao divino, às coisas da natureza, Sócrates foi o primeiro a voltar o seu olhar para o ser humano.
                Assim como o marceneiro tem uma arte que resulte numa coisa útil, será que a vida humana também tem isso? Será que temos que viver de uma forma que nossa vida seja uma arte e resulte algo útil?
                Dai nascem os estudos da eudaimonia, a vida boa, a arte de viver, que é a mais importante das artes.
                Filosofia é a maneira de viver, investigação contínua das coisas, serve para nós agirmos bem ao longo da vida.
                Tem uma frase famosa de Cícero que diz: “Sócrates trouxe a filosofia do céu para a terra”.
                Sócrates nunca saiu de Atenas, e por esse motivo ela recusa a pena alternativa que lhe foi proposta de ostracismo (exílio). Não era nada demais, mas ele preferia morrer a levar uma vida infame. Vida infame aqui seria uma vida não dedicada à filosófica e ao serviço da cidade.
                Sócrates, em algumas passagens, traz uma impressão bem contraditória. Ele vivia cercado de mulheres e homens e quando um rapaz que havia exagerado na bebida passa a elogiá-lo ele pede moderação.
                Podemos definir a filosofia como o ato pelo qual a nossa razão rompe com o ordinário.
                Ao invés de perguntarmos: que horas são? Ao filosofar, perguntaremos: O que é o tempo?
                A razão filosófica é a interrupção do ordinário, é pensar de maneira organizada e argumentativa.
                A razão filosófica vem da admiração e do espanto coma realidade, do impacto.
              Sócrates é um mártir da filosofia porque preferiu morrer a deixar de conduzir a vida de maneira filosófica, porque a filosofia era a sua maneira de viver.
                Ao estudar a filosofia nosso intelecto vai indo ao encontro da virtude, do conhecimento, e com isso, passamos a viver de acordo com ela.
Akrasia: vem de kratos, que é poder. A akrasia representa um grupo de pessoas que sabe o que é certo, mas escolhe fazer o que é errado. Incontinência.
                Em oposição temos a enkrateia, que é a continência, que são as pessoas que ao  a pessoa que logra impor-se a si própria suas meta-preferências, sem deixar-se levar por paixões e sentimentos.
                Para Sócrates não existem pessoas do grupo akrasia, se as pessoas não estão indo atrás de suas preferências é porque ainda não descobriram o conhecimento/virtude.
                Já, para Platão e Aristóteles existe sim.
                Filosofia é um exercício contínuo de investigação, é a zetética, que vai de encontro ao dogmatismo.
                Sócrates era contra a escrita, porque para ele o que se escreve no papel não fica escrito na alma.
                Refutação é a essência da dialética.
                Platão teve três fases, a socrática, a de amadurecimento e, por fim, a velhice.
                A frase conhece-te a ti mesmo se desdobra em outras três: Buscar conhecimento, cuidar de si e aprender a morrer.
                Nós buscamos a verdade e não a possuímos, o que não quer dizer que não possamos atingir o conhecimento.
Os sofistas se apresentavam como mestres de retórica e dialética, dominavam as artes de persuadir e discutir. Ensinam a convencer alguém de alguma coisa. Não se preocupam com a verdade e sim com a verossimilhança. Falam primeiro às emoções e não à razão.
                O objetivo é comover e convencer.
                Acreditam que o “ser” das coisas é inacessível, então o importante mesmo é o “parecer”.
                Platão, ao analisar os sofistas faz a contraposição entre a aparência e a essência e diz que a retórica é a aparência, já a dialética é a essência.
                A retórica produz um resultado útil e conveniente naquele momento.
                Dois grandes exemplos de sofistas, e da retorica sem si são Górgias e Protágoras. Górgias escreve um texto, chamado O Elogio de Helena, falando e argumentando que ela não foi a culpada pela Guerra de Tróia. Já Protágoras, diz que o homem é a medida de todas as coisas, porque as coisas são o que lhes parece.
                O vento está frio ou fresco? Depende da opinião de cada um, o verdadeiro vendo é inacessível.
                A pergunta platônica é o que é a coisa em si mesmo.
                Tudo flui, nada permanecerá. Não se banhará duas vezes no mesmo rio. A imobilidade é uma ilusão. Portanto, nada pode ser dito de maneira idêntica à realidade. O único tempo verbal correto, se olharmos por essa perspectiva, seria o gerúndio.
                Se tudo é aparência, então, não há conhecimento possível? Na verdade, a filosofia visa acomodas as coisas em certos lugares, de forma contínua.
                O retórico faz isso de forma útil, aproveita que não há o conhecimento da verdade e utiliza isso a seu favor, tentando convencer do que lhe for útil.
                Já a filosofia não, ela busca a verdade, e como esta está em movimento, ela vai se adequando a cada dia, através da dialética.
                A máxima injustiça é o ser injusto parecer justo e a retórica, enquanto arte, produz utilidade.
                A arte da vida é agir bem ao longo da vida. “Estrague a sua vida da melhor maneira possível”.
                A busca é na interioridade, é possível buscar a verdade, nem tudo é relativo.
                Por que a cidade mata o filósofo?
                Se ele foi morto democraticamente, se a verdade fosse opinião, sua morte seria justa.  No entanto, a verdade não é simplesmente opinião/maioria.
                No dia em que Sócrates, que era artesão, levava a filosofia como estilo de vida, e não como profissão, foi fazer sua defesa ao ser acusado de corromper a juventude e impiedade, ele deixou claro que lá, no tribunal, ele era o estrangeiro, mesmo nunca tendo saído de Atenas, porque o lugar habitual dele era na praça.

                Ao final de sua vida, Sócrates entendeu o porquê o oráculo disse que ele era o mais sábio de todos os homens. Era porque ele sabia que nada sabia, enquanto os outros nem disso tinham consciência.


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